Alguns detalhes são muito importantes: higiene do sono, rotina... E, também, o espaço destinado ao dormir! Uma boa noite de sono começa durante o dia, com a exposição do bebê à luz natural nos horários corretos – do nascer ao pôr do sol – e a diminuição das luzes artificiais ao cair da noite. A luz noturna suave é fundamental para proporcionar um ambiente reconfortante e que não iniba a produção de melatonina pelo corpo do bebê (a melatonina é o hormônio produzido pelo nosso corpo, responsável por promover o início do sono e ajudar em sua manutenção). Ao mesmo tempo, precisamos de iluminação para conseguir realizar as trocas, amamentar... atender o bebê sempre que necessário. Por isso sugiro sempre que existam dois “cenários” de iluminação: uma luz geral e outra de apoio.

Iluminação Geral

Para a iluminação geral do ambiente, sugiro luz difusa que ilumine todo o quarto por igual, sem causar ofuscamento no bebê. Lembre-se: seu bebê fica deitado no berço, então spots ou luminárias direcionadas para baixo podem incomodar a visão ainda em desenvolvimento dele. Pode ser através de sancas iluminadas com fita LED ou luminárias que direcionem a luz para o forro/teto. Escolher uma luminária dimerizável – que tem ajuste de intensidade – também é ótimo para criar diferentes cenários, desde uma luz mais brilhante para atividades diurnas até uma luz mais suave para momentos de relaxamento à noite.

Neste ambiente, projeto de @carolinelino_arquitetura e @karinenunesarquitetura vemos a luz indireta no painel, arandela acima do berço e luminária de piso próxima à poltrona.

Iluminação de apoio

Luminárias menores como um abajures ou arandelas são úteis para criar uma atmosfera acolhedora durante a amamentação, a troca de fraldas e até na leitura de histórias antes de dormir (quando seu bebê crescer). Certifique-se de que a luz seja suave para não causar desconforto visual e que você consiga acender ou apagar de forma fácil - sentada em sua poltrona de amamentação ou da cama auxiliar/montessoriana. Há alguns aparelhos de ruído branco que possuem luminárias bem suaves integradas, eu tenho e acho fantástico!

Há também a opção de usar balizadores – arandelas instaladas mais próximas ao piso, com 40cm de altura – que não ficam no campo de visão e facilitam a locomoção com segurança. Além delas, há alguns plugs de tomada que já vem como pequenas luminárias ou com os “soquetes” para receber as lâmpadas. Estas podem ser ligadas à tomadas baixas e funcionar como balizadores.

Quarto do Gabriel filho da May do @apto161

Cor? Intensidade?

A “cor” é importantíssima! Sugiro, sempre, em ambientes residenciais o uso de lâmpadas com temperatura de cor entre 2800K – 3000K (luz amarela). Ainda, para uso durante as trocas de fralda na madrugada ou amamentação, sugiro luzes vermelhas ou alaranjadas – há focos especiais vendidos com plug para tomada, como os que descrevi quando falei da luz indireta, que funcionam super bem com lâmpadas vermelhas. A luz vermelha é a que menos atrapalha os ciclos de sono – não só dos bebês, o nosso também! Outras cores podem perturbar o sono e deixar o bebê mais desperto – principalmente as mais azuladas/brancas. Há vários estudos que relacionam luzes azuis e artificiais de temperatura de cor mais alta como 6000k (mais conhecida como luz branca) a problemas oculares, inclusive.

Sobre brilho e intensidade: é preciso conhecer a intensidade de luz emitida pela lâmpada que você escolheu para o quarto do bebê para saber se a iluminância é adequada (e a temperatura de cor não interfere aqui). Esta informação normalmente está na caixa do produto e vem em lúmens (lm) ou watts (W). Para fazer o cálculo num projeto luminotécnico trabalhamos com outras informações (cores das paredes, iluminação natural etc), mas para facilitar, sugiro aos pais que somem os lúmens de todas as lâmpadas e dividam pela metragem do ambiente. O resultado deve ficar entorno de 150-200lux – que é a iluminância esperada para um dormitório.