Amamentação: entenda a sua importância e confira dicas de pegas

Este texto vai ajudar a desmistificar alguns temas sobre o assunto e auxiliar a sua preparação!

Quando você pesquisa qualquer tópico sobre amamentação ou conversa sobre isso, certamente encontra frases feitas do tipo “o período da amamentação é lindo”, “é muito importante para estreitar o vínculo entre mãe e filho”, “eu fui muito feliz amamentando”. E todas são verdadeiras, sim.

Porém, o que ninguém fala sobre amamentação é que ela não acontece de maneira mágica e as dicas que você recebeu de amigas ou de outras mães nem sempre funcionam para você e o seu bebê.

“Sempre falo para minhas pacientes que cada mãe e cada bebê são únicos, e eles escrevem sua própria história da amamentação”, comenta Paloma Brandão*, enfermeira especialista em neonatologia e mestre em leite materno pela Fiocruz (você pode acompanhá-la no Instagram).

Neste texto, Paloma também nos passa inúmeras informações, sendo realista — o que vai ajudar demais na sua preparação. Vamos lá?

Amamentar tem toda essa importância que as pessoas falam?

Tem, sim — e muito mais, na verdade. Para você, como mãe, a amamentação ajuda a conter a hemorragia pós-parto, facilita a recuperação, a perda de peso, sem falar na diminuição de chances de desenvolver câncer nos seios, nos ovários e no endométrio.

Para o bebê, os benefícios também são inúmeros, como a menor chance de ter alergias, ameniza as cólicas dos primeiros meses e acalma seu pequeno. A amamentação diminui consideravelmente a taxa de mortalidade de recém-nascidos.

Além disso, o leite materno contém tudo o que a criança precisa nutricionalmente até os primeiros seis meses. Paloma compara o leite materno a uma refeição com entrada, prato principal e sobremesa.

“Todas as calorias são importantes. Aquelas do início do leite matam a sede, pois ele é menos gorduroso. O leite do meio sacia a fome, mas não faz ganhar peso. Já o leite do fim da mamada, que é mais gorduroso, mata a fome e faz com que seu filho espace mais entre uma mamada e outra”.

Como preparar os seios para o período da amamentação?

Durante a gestação, é superimportante ir preparando os seios para a amamentação. Como a criança vai mamar de duas em duas horas, principalmente no comecinho, é normal que eles não estejam preparados, ou seja, você pode sentir dor e muita sensibilidade, porque já é uma região sensível, que nem toma sol, certo?

“Não está comprovado cientificamente, mas tomar um pouco de sol fortalece o mamilo. Isso porque deixamos a região exposta a uma experiência que nunca havia acontecido, tornando-a mais forte”, comenta Paloma.

Outro ponto que a especialista ressalta é evitar usar sabonetes muito hidratantes na região, sempre dando preferência pelos neutros, à base de glicerina ou mesmo sabonete de bebê. “Isso contradiz o que falamos a vida inteira, que precisa hidratar a pele. Além disso, é fundamental não usar hidratante nem nas auréolas, nem nos mamilos”.

Assim, a preparação dos seios, na verdade, é deixá-los o mais natural possível. E uma dica que Paloma passa para a hora do sol é cortar uma camiseta mais velha apenas na região da auréola e dos mamilos. Assim, só essa área fica exposta ao sol — rosto, braço e outras regiões levam filtro solar nesse momento, combinado?

Quais são os principais problemas durante a amamentação?

Não é porque o seu filho nasceu que, em um passe de mágica, você e ele estarão preparados para a amamentação. Isso quase nunca acontece. “É essencial entender que cada mãe tem um passo a ser dado e um tempo para se adaptar. Assim como cada bebê suga de um jeito e se comporta no peito de uma maneira única”, explica Paloma Brandão.

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Nesse período de adaptação ou mesmo durante toda a fase de amamentar, algumas questões são muito comuns. Nós explicamos quais são a seguir.

Dificuldade na pega

Como Paloma comentou, a pega varia demais entre cada filho. Porém, a especialista traz algumas dicas que podem tornar esse momento mais simples:

  • copo do bebê deve estar apoiado em uma almofada ou travesseiro. Traga ele na sua direção — o pequeno precisa estar voltado ao seu corpo e a cabecinha deve estar alinhada com a mama a ser ofertada;
  • ele deve estar inclinado para cima, com o nariz empinadinho. Isso permite que o queixo bata na base da mama e, assim, ele tem mais força e espaço para deglutir. Se a criança ficar de face, ela fica sufocada e não suga bem.
  • o bebê é levado até à mãe, nunca o contrário. Quando a mãe faz a pega, normalmente ela quer voltar, que é quando o bebê escorrega. Aí ela acha que está na pega perfeita, mas não está;
  • você deve sempre estar sentada, em uma poltrona, sofá ou cama mesmo (com o cuidado de deixar o tronco bem alinhado, sem inclinar);
  • incline o mamilo para cima na hora do encaixe, em direção ao teto. “O bebê tem um reflexo de sucção no céu da boca, então, quanto mais o mamilo tocar essa região, melhor para a sucção, para o bebê se acalmar e a amamentação fluir melhor.

Você pode saber se a pega não está correta quando a criança faz muito barulho de estalo e tem covinhas. “O ideal é que as bochechas fiquem cheias e o máximo de barulho é a respiração profunda, pois é difícil para o bebê sugar — ele faz muita força”, explica Paloma.

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Sensibilidade nos seios

A sensibilidade e até a dor nos seios podem ser comuns, principalmente quando a pega não está correta. Tem bebê que morde com a gengiva, causando muito desconforto nesse momento. Por isso, é interessante fazer a preparação natural que citamos antes, assim como influenciar o bebê na pega correta.

Bico do seio rachado

O bico do seio rachado é como um machucado comum em qualquer outra região do corpo, lembra Paloma. “Então, quanto mais seca a região estiver melhor e, quanto menos coisa se colocar, melhor também.

Quanto às pomadas, o segredo é a quantidade — passe uma película bem fina, senão a pele não respira nem cicatriza. E pós-mamada, espere as mamas secarem de forma natural, antes de colocar o sutiã. Se você deixa úmido, tem uma piora com risco de desenvolver candidíase”. Além disso, no banho, use só água e sabonete neutro.

Quantidade e qualidade do leite

Um erro muito comum no começo é tirar o leite pela bomba e achar que só essa quantidade é a sua produção. Paloma comenta que há alguns fatores envolvidos na maior produção de leite, como:

  • o choro do bebê, que ejeta o leite pra fora;
  • o contato pele a pele;
  • a sucção do pequeno;
  • o olhar da mãe para o bebê.

São pontos relacionados aos hormônios da produção do leite, que são a ocitocina e a prolactina. “Falamos que 80% da amamentação depende da cabeça da mãe. Claro que quanto mais o pequeno suga, mais terá produção e quanto mais a mãe ficar calma, mais vai produzir”.

E não duvide sobre a qualidade: “não existe leite fraco. Agora, se uma criança quer o peito a toda hora, pode ser uma questão de estar apenas chupetando”, diz a especialista.

Ingurgitamento mamário

“Um dos motivos do ingurgitamento é porque o leite ficou muito tempo parado, por exemplo, quando você pula uma mamada porque precisou sair, dormiu demais, e o peito ficou cheio”, comenta Paloma.

O segredo é resolver o problema com agilidade, para não ter nódulos e sentir dor. “Só dar de mamar nem sempre resolve, às vezes é preciso massagem ou uma ordenha antes, para o bebê sugar com mais vontade”. Quando você não resolve isso, o excesso de leite parado pode virar uma mastite. Mas não é todo ingurgitamento mamário que leva à mastite, depende de cada corpo.

Vale a pena usar o sutiã de amamentação?

Vale, sim. Inclusive para dormir, sabia? “Ele previne o ingurgitamento mamário e traz sustentação às mamas, melhorando a produção de leite. Se os seios ficam soltos, você pode comprimi-los e entupir o ducto”, diz a especialista.

Só não pode dormir com a concha mamária, pois ela pressiona as mamas. Se quiser usá-las, lembre-se de esterilizá-las a cada mamada, para não ter proliferação de fungos, combinado?

Ainda vale falar sobre a doação de leite materno aos bancos. Paloma conta que você não precisa de uma superprodução para poder fazer a doação. “Muitos bancos pedem um mínimo de 50ml, e tem mães que tiram isso depois da mamada do filho. Para os prematuros das UTIs neonatais, a doação salva vidas”, lembra a profissional.

Fonte: Blog Granado Bebê

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