Tireoide na gravidez

Saiba por que é fundamental controlar a tireoide durante a gestação e após o parto.

Entre os dias 20 a 26 de maio, é comemorado a 5ª Semana Internacional da Tireoide. Neste ano, o tema da campanha é tireoide e infertilidade. Embora a infertilidade tenha causas variadas, o distúrbio da tireoide é uma delas. Por isso, de todos os exames do pré-natal que você já sabe que deve fazer, os que avaliam a função da tireoide também são fundamentais, e deveriam ser feitos com mais frequência que o costume. Isso porque, durante a gestação, até mulheres que nunca tiveram qualquer problema podem sofrer alterações nos níveis dos hormônios da tireoide, fundamental para regular o organismo da mulher, o crescimento e desenvolvimento do bebê no útero.

Um estudo realizado pela George Washington University School of Medicine and Health Sciences, nos Estados Unidos, revelou que até mínimas oscilações dessa glândula podem levar ao aborto e parto prematuro. “Apesar de não ser um consenso na obstetrícia, o exame para controle da tireoide deveria ser feito, a princípio, a cada quatro ou seis semanas”, diz Alex Carvalho Leite, endocrinologista do Hospital e Maternidade São Luiz (SP). Abaixo, confira mais sobre a importância de manter os níveis desses hormônios sempre regulados:

Por que a gravidez afeta o funcionamento da tireoide?
A imunidade do corpo da mulher fica alterada pela presença do bebê, um hóspede estranho. Toda grávida tem a tireoide afetada, mas, na maioria das vezes, essa alteração fica dentro da normalidade. Quando o funcionamento fica mais lento, felizmente, ocorre o hipotireoidismo, que atinge cerca de 5% das gestantes.

Por que felizmente?
Porque é mais fácil de tratar do que o hipertireoidismo, que acontece quando o metabolismo fica mais rápido, acelerando os batimentos cardíacos da mãe e do feto. Essa condição afeta mais ou menos 2% das grávidas. E, em 80% dos casos não tratados, ocorre parto prematuro ou aborto. Grávidas com histórico familiar têm mais chances de ter o problema.

Quais os sintomas do hipertireoidismo?
Emagrecimento, taquicardia, suor e uma inquietação exagerada que leva a tremores durante o dia e à insônia à noite.

Existem exames para detectar o problema na gestação?
Sim, são dois exames de sangue. Mas alguns obstetras não pedem por desconhecer a importância da tireoide na gestação. O hipertireoidismo deve ser detectado ainda no primeiro trimestre para que não ocorra danos no desenvolvimento cerebral do feto.

Há riscos em tomar medicação para tratar o hipertireoidismo e o hipotireoidismo?
Tanto para mulheres que já tinham o problema antes da gravidez quanto para aquelas que desenvolveram na gestação é preciso tratamento para evitar complicações. No caso do hipotireoidismo, como a medicação é a reposição do hormônio que o organismo deixa de produzir não traz riscos para o bebê. Já, no hipertireoidismo, é o seu obstetra quem deve avaliar o risco-benefício do remédio. No entanto, o maior risco é não tratar o problema.

Se a alteração do hormônio da tireoide surgiu na gestação, ela volta ao normal após o parto?
Não. Para todas as mulheres, tanto as que já sofrem do problema quanto as que apenas desenvolveram na gestação, e até quem não tem nenhuma alteração, é preciso fazer um controle nos próximos 12 meses após o parto. Isso porque o problema pode piorar depois do parto ou mesmo surgir em quem passou a gravidez com os níveis normais.

Fonte: Revista Crescer

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>