A ciência explica como brota seu amor pela criança

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O elo que existe entre pais e filhos é uma das ligações mais fortes da natureza. Prova disso é que a vida amorosa de todos nós pode ser feita de muitos encontros e desencontros ou de romances que dão certo e depois acabam, mas aquilo que se estabelece com um bebê, lá nas primeiras semanas dele, dura para sempre.

A questão é que o amor por uma criança não é intelectual ou cultural  ele é sim um componente básico da formação de todos os seres humanos. E isso independentemente de se ser mãe ou pai, ou pais biológicos ou adotivos, já que somos programados para formar laços fortes com os filhos e eles conosco.

Ao longo de anos de pesquisa, cientistas e especialistas em desenvolvimento infantil vêm descobrindo detalhes fascinantes sobre essa conexão tão ímpar entre pais e filhos. São fatos que ajudam a explicar por que é praticamente “viciante” ficar perto de um bebê e por que continuamos a amar os filhos tão profundamente mesmo depois que eles crescem, apesar de todas as birras, brigas e malcriações.

Claro que aquilo que você sente por seu filho muda com o decorrer do tempo, porém a relevância do sentimento nunca deixa de ser parte fundamental de sua vida.

Gravidez: Amor antes da primeira vista

Não se surpreenda de já amar o bebê antes mesmo de ele nascer. Futuros pais e mães geralmente são invadidos por uma grande mistura de emoções e ansiedades, sentimentos que realmente dão o tom da futura relação com o filho.  Os hormônios que circulam no corpo de uma mulher grávida (e que ficam mais potentes a cada semana de gestação) também ajudam a alimentar a conexão com o bebê.

À medida que a data do parto se aproxima, o cérebro começa a produzir cada vez mais oxitocina, um hormônio que literalmente auxilia a trazer à tona a “mãe” que está dentro de você.  Também conhecida como o hormônio do amor, a oxitocina é responsável pelo comportamento maternal em animais (muitas vezes representado pela simples limpeza dos pelos de um filhote). Nas mulheres grávidas, a principal função do hormônio é amenizar a sensação de estresse, ao mesmo tempo em que cria aquela vontade enorme de ver o recém-nascido.

Nos últimos anos, a oxitocina foi assunto de diversos trabalhos científicos bastante sérios. Pesquisas com animais sugerem que ela tem papel fundamental em uma série de comportamentos sociais, que vão da criação dos filhos à formação de relacionamentos duradouros.  Mostrou-se, por exemplo, que animais que não produzem oxitocina ignoram suas crias e constantemente buscam parceiros diferentes para o acasalamento. Espécies que produzem o hormônio tendem a ser dedicadas aos filhotes e aos parceiros.

Resumindo: quando a oxitocina circula pelo corpo de uma gestante é como se o amor estivesse correndo por suas veias.  Quanto ao bebê, ele também já começa a formar elos com a mãe ainda dentro do útero. Pesquisas indicam que o coração dele bate ligeiramente mais rápido ao som da voz da mãe, voz que vai animá-lo e confortá-lo por anos a fio.

Se você for o pai ou tiver adotado um bebê, esse tipo de experiência hormonal e proximidade física com a criança crescendo dentro da barriga não acontecerá, mas não se preocupe, porque o vínculo com seu filho não será menor por causa disso.  Bebês e crianças têm uma incrível habilidade de formar fortes elos com qualquer pessoa que cuidar deles e responder às suas necessidades físicas e emocionais.

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Você e bebê: Viciados em amor

À medida que o trabalho de parto progride, o fluxo de oxitocina no cérebro e na corrente sanguínea da mãe torna-se abundante. Entre outras funções, o hormônio provoca contrações e auxilia na descida do leite materno. Quando finalmente nasce o bebê, a mãe está praticamente “intoxicada” de oxitocina, que a faz esquecer da exaustão do parto e da dor e traz euforia e uma intensa sensação de amor. De acordo com o pediatra e especialista em desenvolvimento infantil Marshall Klaus, esse efeito da oxitocina ajuda a explicar por que bebês quase nunca são abandonados em hospitais onde as mães podem segurá-los e amamentá-los logo em seguida ao parto.

E os papais de primeira viagem também não ficam imunes a esse poderoso hormônio ao olhar para os filhos pela primeira vez. São também invadidos por uma onda de amor, muitas vezes tão vigorosa que os deixa tontos dentro da sala de parto.  As mudanças biológicas nos pais também são profundas. Um estudo canadense de 2001 mostrou que os níveis de testosterona masculinos tendem a despencar, pela primeira vez, durante alguns meses depois do nascimento dos filhos. Mais intrigante é o fato de que alguns homens começam a produzir mais estrogênio, em um sinal ainda mais contundente do poder transformador da paternidade.

De acordo com a neurocientista Diane Witt, o estrogênio torna o cérebro mais sensível à oxitocina, possivelmente para ajudar os homens a ser mais atenciosos e amorosos. E segundo a cientista, pais e mães adotivos também desfrutam dos efeitos benéficos da oxitocina e da dopamina, uma outra substância química do corpo ligada ao prazer.

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E se não houver amor imediato?

Cerca de 30 por cento das mães não sente aquele amor profundo por seus bebês logo de cara, muitas vezes porque a criança ou até o nascimento dela não foram exatamente como sonhavam. Decepção, estresse e exaustão são fortes o suficiente para anular os efeitos dos chamados hormônios do amor  só que não para sempre. A grande maioria das mães passa a amar os filhos nos primeiros meses de vida.

Caso você não possa segurar o bebê após o parto, não se aflija. Pais adotivos ou de bebês prematuro nem sempre têm a chance de ficarem bem grudadinhos nos filhos desde o início, e ainda assim criam laços de amor com o tempo.  Aliás, se seu bebê for prematuro, não deixe de pedir para estar com ele sempre que possível, pelo bem de todos da família. Pesquisas recentes apontaram que o contato com a pele dos pais (método conhecido como “canguru”) é um dos melhores tratamentos para os prematuros. E vale dizer que o toque do papai é tão tranquilizador quanto o da mãe nesses casos.

É importante lembrar que o amor, por qualquer pessoa nova em nossa vida, cresce com o tempo. O bebê vai aprender a gostar muito de quem o segurar no desespero do choro ou alimentar na hora da fome. Ele vai sentir sua falta nos momentos de ausência e vibrar de alegria quando você estiver por perto. Isso pode até não ser “amor” segundo a definição dos adultos, mas é um dos sentimentos mais fortes que os bebês conhecem.

A psicóloga Emma Adam, da Universidade Northwerstern, nos EUA, observa ainda que é impossível “estragar” um bebê com amor, atenção e afeto. Quando se conforta um filho, o que ocorre na realidade é a construção de uma base de confiança que vai durar a vida toda.

131119_michelehartphoto_0008   Fonte: BabyCenter

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