Como o amor pelo futebol pode ser positivo para sua família

É quase inevitável associar o futebol a brigas e a violência, e querer manter a família linda que você está formando bem longe desse mundo. Mas a paixão por esse esporte tem um lado positivo que pode ser interessante para quem tem uma família novinha em folha: o de integração. É isso mesmo: o poder de reunir as pessoas.

Especialmente se já houver tradição, em algum dos lados da família, de adoração ao futebol, você pode levar em conta este e mais alguns motivos para incentivar que seu filho ou filha também gostem do esporte — e para você também se interessar, caso não dê muita bola.

Oportunidade para reunir a família
Independentemente de sua família ser dividida por torcedores de times rivais ou não, o fato de todo mundo ter interesse no assunto já proporciona uma boa chance de criar um evento que envolva todo mundo: assistir juntos a uma partida, seja desde que a criança é pequenininha, ainda que ela não esteja entendendo muita coisa daquela festa toda.

Sentimento de história e de legado familiar
O amor por um time costuma ser algo que vem de família, seja de um lado, seja do outro. Ao prolongar uma tradição familiar, você proporciona ao seu filho uma sensação de continuidade, de legado, e até um senso histórico.

Conforme ele for crescendo, conte histórias sobre o passado, incentivando o avô ou a avó a relembrarem momentos emocionantes de partidas de 50 anos atrás, jogos que marcaram época, derrotas épicas. Explique como foram as suas primeiras experiências com o futebol junto com sua família, como vocês choraram ou comemoraram juntos, o que aconteceu em cada Copa.

Uma das explicações para a força do futebol no mundo, de acordo com os especialistas, é que ele proporciona a sensação de fazer parte de um grupo, a identificação com algo maior e mais forte. E não há grupo melhor para seu filho se identificar que seus próprios antepassados e os parentes que o cercam de tanto carinho.

Incentivo à comunicação: sempre tem assunto
Falar sobre futebol é mais ou menos como falar sobre o tempo: sempre uma boa possibilidade de quebrar o silêncio, com a vantagem de que há muito o que conversar, já que todo mundo terá alguma opinião para dar.

Um papo futebolístico ou uma brincadeira podem vir a calhar quando você quer aproximar a criança de familiares mais velhos, primos mais distantes e pessoas com quem ela não tenha muita intimidade. É um quebra-gelo muito útil, em especial para crianças tímidas.

Exposição da criança à frustração
Toda criança precisa aprender a lidar com a frustração, já que na vida as coisas nem sempre saem do jeito que a gente quer. Mas os pais, compreensivelmente e por instinto, fazem de tudo para poupar a criança do desgosto e da tristeza.

Quem não tem o impulso de sair correndo e comprar uma bola nova ao ver que a bola mais adorada furou, causando um rio de lágrimas?

Com a convivência com o futebol, seja só assistindo ou jogando, a criança é obrigada desde cedo a sofrer com derrotas, e aí você tem a chance de mostrar que é normal e permitido ficar chateado, desde que dentro dos padrões de comportamento definidos por você e por sua família: por exemplo, pode chorar, mas não pode chutar um brinquedo de raiva.

Seu filho também vai se acostumar a ver o pai, a mãe ou o avô tristes por causa do resultado de um jogo, o que vai lhe dar a oportunidade de aprender a consolá-los com atos de carinho, e de entender que sentimentos ruins fazem parte da vida — e que felizmente passam. É muito comum crianças ficarem desesperadas ao ver o pai ou a mãe chateados, quando não estão acostumadas com isso, por acharem que é algo de outro mundo. O futebol ajuda você a mostrar que não é.

Relativização do fanatismo em famílias divididas
Quando a criança entra no mundo do futebol, coisas incríveis podem acontecer com os torcedores mais fanáticos da família. Por maior que seja a rivalidade entre times e torcidas, o amor pela criança é maior. E aí o tio palmeirense deixa de torcer tanto contra o Corinthians por causa do sobrinho corintiano, o avô flamenguista passa a ver o Botafogo amado do neto com outros olhos…

Você pode não acreditar, mas isso acontece mesmo.

Oportunidade de ensinar a tolerância e combater o preconceito
Nada como a prática para ensinar valores como a não-violência, a convivência com o outro e principalmente com quem é diferente. Assistindo ao futebol com seu filho você pode reagir contra maus exemplos e mostrar que não é a favor da resolução de conflitos pela violência.

Também pode mostrar ao seu filho a importância de saber cumprir regras em determinadas circunstâncias, e até usar uma analogia ao futebol quando for dar bronca, mostrando cartões amarelos ou vermelhos na hora de impor a disciplina.

Seu filho também será exposto aos xingamentos e às brincadeiras de mau gosto apoiadas no preconceito, e você terá a oportunidade de mostrar o limite entre a brincadeira saudável e a agressão verbal. São ensinamentos que começam com uma coisa sem grandes consequências práticas, como o futebol, mas que passam para as outras áreas da vida.

Desenvolvimento da argumentação e do poder de análise
Desde pequena, a criança que gosta de futebol aprende que não basta dizer que “o Inter é melhor que o Grêmio porque sim”. Ela sabe que é preciso buscar argumentos convincentes, seja no número de títulos, na qualidade dos jogadores, na imponência do estádio.

Parece um conceito muito distante para quem tem só um bebezinho em casa, mas, como o futebol é assunto sempre em alta, assim que começar a formar frases seu filho já poderá tentar descobrir e expressar os motivos pelo qual o time dele é melhor que o rival.

Chance de combater estereótipos sexuais
Quando você ensina à criança que as meninas podem gostar de futebol e jogar tanto quanto os meninos, está ajudando a derrubar preconceitos sexistas.

O mesmo acontece quando a bebezinha é incentivada a embarcar na torcida do time da família (ou de um dos lados dela), com direito a camiseta desde pequenininha e toda a parafernália tradicionalmente dedicada só aos meninos.

Ensinar que ninguém pode obrigar ninguém a gostar de algo
Incentivar a criança a gostar de futebol ao transformar a experiência de torcer e assistir a partidas num acontecimento familiar não quer dizer obrigá-la a torcer por determinado time e nem mesmo se identificar com o esporte.

Por temperamento, há crianças, tanto meninos quanto meninas, que não se envolvem pelo suspense e pela competitividade que marcam o amor pelo futebol.

Nesse caso, a lição é para todos: para o avô que não conseguiu que o neto torcesse pelo mesmo time que ele, para o pai que não entende por que a mulher fica tão brava com a dedicação dele ao time, para o menino que não gosta de jogar e tem de explicar isso para os amiguinhos, para o professor de educação física. Há espaço para todo mundo.

Fonte do Site: brasil.babycenter.com

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