Cabelo e gravidez: pode pintar? Por que fica oleoso? Como tratar a queda?

especialistas respondem a essas e outras dúvidas

cosmeticos-gravida-350-credito-flickr-igor-borodin(2)Durante a gravidez, os hormônios fazem uma verdadeira revolução no corpo da mulher: a pele fica mais bonita, ou surgem as apavorantes acnes; o cabelo fica mais brilhoso, ou mais opaco; a mulher se sente mais bonita, ou inchada. São tantas as mudanças que a única certeza é a que cada mulher é única e as diferenças acontecem de acordo com as alterações hormonais de cada uma. Mas quando o assunto é cuidado com os cabelos nos nove meses de gestação, as dúvidas são vastas. Confira dicas certeiras abaixo:

1 – Grávida pode pintar o cabelo?

Quais tipos de tintas a grávida pode usar para pintar o cabelo é a grande dúvida das mulheres que têm cabelos brancos ou querem manter a beleza durante a gestação. Afinal, pode ou não pode pintar?
Recomendamos que no primeiro trimestre não se faça nada. A partir do segundo trimestre pode ser feita a tintura sem amônia ou metais pesados“, explica Domingos Mantelli, ginecologista e obstetra. Segundo ele, os principais riscos para os bebês, uma vez que os produtos químicos de muitas tintas e alisamentos podem ultrapassar a barreira da placenta e entrar em contato com o feto, são de malformação de membros e órgãos.
A dermatologista Roberta Bibas diz que é importante aumentar a hidratação com substâncias que contenham manteiga de karité, manteiga de cupuaçu ou óleo de jojoba. “Quem quiser mudar o visual ou esconder fios brancos, não deve tingir os cabelos. As grávidas devem usar somente tonalizantes”, alerta.

2 – O que fazer para tingir o cabelo?

“Xampus tonalizantes e henna podem ser usados sem problemas”, explica o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli. Segundo ele, após o segundo trimestre é quando a mulher está ‘liberada’ para utilizar os produtos menos agressivos. A dermatologista Carla Bortoloto, professora da pós-graduação em Dermatologia pela Faculdade de Medicina Souza Marques, também sugere os tonalizantes como uma boa alternativa para pintar os cabelos durante a gestação, além das tintas semi-permanentes.
O reflexo, outro procedimento comum e simples de ser feito nos salões de beleza, também está na lista dos que podem ser realizados durante a gravidez. “Sempre após o segundo trimestre e, no reflexo, dando preferência à metade do cabelo para baixo, evitando pegar na raiz”, complementa Domingos Mantelli.

3 – Alisamento, chapinha, escova progressiva e outros tratamentos

Assim como as tintas normais, muitos produtos utilizados para fazer alisamento, principalmente à base de formol e seus derivados, contêm substâncias químicas e metais pesados que fazem mal ao bebê. Portanto, por que arriscar?
Uso de secador, chapinha ou babyliss está liberado. O problema é o uso de produtos químicos que é totalmente contraindicado. Os aparelhos em si podem ser utilizados”, diz Carla Bortoloto. Segundo a dermatologista, métodos de cauterização e hidratação também estão liberados.

4 – Cabelo de grávida cresce mais rápido?

Os hormônios que mexem com a mulher, principalmente a progesterona, vão deixar seus cabelos mais brilhosos e viçosos. Você também vai amar o fato de o cabelo crescer mais rápido, mas nem toda a mulher vai se beneficiar de todas essas mudanças.
O primeiro trimestre é o “pico de produção” do hormônio, quando as transformações terão mais força: “Por isso, pode ser que a mulher que tenha o cabelo liso, fique com os fios mais ondulados. Quem tem cacheado, pode ficar menos ondulado. Quem não tinha acne pode passar a ter“, justifica o ginecologista Domingos Mantelli. Outra mudança comum é com a oleosidade dos fios: “Na gestação é comum diminuir a oleosidade por causa da alteração hormonal”, reforça Carla Bortoloto.

5 – Queda de cabelo na gravidez: o que fazer?

De acordo com Carla Bortoloto, médica dermatologista, a queda de cabelo após a gestação é comum e não há com o que se preocupar.”Durante a gravidez o cabelo fica lindo, brilhoso, volumoso e cresce mais. Mas no pós-parto a queda acentuada é normal. E muitas vezes não é tratada porque cessa: começa a ter queda, em torno de três meses depois do nascimento do bebê, e vai parando. Normalmente, enquanto a mulher amamenta, é o prazo que damos para observar se a queda se mantém. Depois desse período sem cessar é indicado procurar um médico”, explica a dermatologista.
Para Domingos Mantelli, polivitamínicos ajudam a amenizar o problema. “O problema pode ocorrer durante a gravidez também, mas é mais comum após o parto. Sugerimos estender por três meses após o parto o uso dos polivitamínicos que a mulher tomou durante a gravidez para minimizar a queda capilar”, ressalta.

6 – ‘Pintei o cabelo e depois descobri que estou grávida’

O problema acontece com muitas mulheres mas os médicos são pontuais: não há nada a fazer se você usou produtos químicos no cabelo e descobriu depois que está grávida.
“São relacionados ao uso de produtos químicos na gestação o baixo peso no nascimento do bebê, descolamento prematuro de placenta ou danos para a própria gestante, como a hipertensão arterial, ou pré-eclampsia. No entanto, não há provas concretas, pois nunca foram feitos testes nesse sentido com mulheres grávidas. O que sabemos é que não há o que fazer para minimizar a absorção desses produtos pelo bebê, é só observar“, explica Carla Bortoloto.
O ginecologista Domingos Mantelli divide a mesma opinião: “O que foi feito está feito. Nesses casos, a mulher aguarda os exames morfológicos, chamados ultrassom, para ver se houve repercussão por conta disso, ou não. O risco não é tão grande, mas existe. Não é para ficar desesperada, mas dá para fazer exames de sangue para rastreamento de síndromes ou malformações. O que não há é medicação para evitar que aconteça alguma coisa“, finaliza.

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