O cordão que cura

O fio que une você a seu filho pode, um dia, salvar a vida dele.

Antigamente era só cortar e pronto. Terminava ali a vida útil do cordão umbilical. Hoje, o fio que serve de elo entre você e seu bebê durante a gravidez pode ainda ser necessário para ele muitos anos depois do nascimento. Dentro do cordão, esconde-se um mistério que a medicina ainda se esforça para entender e que pode curar doenças como câncer e salvar a vida do seu filho.

Foi o avanço das pesquisas com células-tronco que promoveu o cordão umbilical e fez com ele saísse do lixo dos hospitais para ser mantido nos freezeres das clínicas especializadas. O que elas têm de tão especial? A capacidade de se transformar em diferentes tipos de células novas e saudáveis, tratando problemas considerados sem cura, antes.

As células-tronco existem em pequena quantidade no nosso corpo e em abundância no cordão umbilical. Daí a importância de guardar esse reservatório. Certamente não é nada agradável pensar que seu pequeno possa precisar de um tratamento médico assim um dia.

Mas optar pelo armazenamento das células-tronco do cordão umbilical pode ser uma forma de prevenir sofrimentos no futuro. Se a medicina avançou tanto a esse ponto, temos que utilizar esses benefícios. É o tipo de coisa que fazemos rezando para não precisar nunca , resume a atriz Nívea Stelmann, que contratou os serviços de uma clínica especializada para guardar os partes do cordão de seu filho, Miguel. Ficou interessada?

Células-tronco, modo de usar:

Inicialmente, o uso das células-tronco do cordão umbilical estava restrito ao tratamento de leucemia, o câncer do sangue. Nos últimos anos, as pesquisas avançaram muito, e já são cerca de 40 doenças que podem ser tratadas, entre problemas hereditários, doenças neurológicas, imunológicas e lesões pós-trauma.

Como a medicina não pára de avançar, é bem possível que, no futuro, outros problemas de saúde também entrem nessa lista. E o melhor é que ser tratado com células-tronco próprias aumenta muito a chance de um bom resultado. Se for para entrar na fila por um doador, pode não ser tão simples assim. Como no transplante de órgãos, é preciso haver compatibilidade.

No Brasil, onde a diversidade étnica é grande, pode ser difícil encontrar um doador plenamente compatível para fornecer células-tronco , afirma o médico Isolmar Schettert, responsável pela Cordvida, uma das clínicas que armazenam cordões umbilicais no país. Além de assegurar seu filho, as células do cordão umbilical podem um dia ajudar na cura de doenças de um irmão ou primo.

– O preço da segurança

As clínicas especializadas oferecem diversos planos para quem quer armazenar células do cordão umbilical do bebê. Eles têm um custo bastante alto para os padrões nacionais, mas vale a pensa ponderar o investimento.

Em geral, o valor para o primeiro ano de armazenamento varia entre R$ 4 mil e R$ 5 mil, incluindo a coleta, o transporte e o processamento das células. Depois, a cada ano, você deve desembolsar um valor próximo a R$ 700 para a manutenção.

Como funciona:

1 Logo após o parto, o cordão umbilical é coletado e transportado nas condições necessárias até a clínica que irá armazenar as células.

2 O sangue do cordão é processado em um sistema fechado e estéril, minimizando o risco de contaminação do material.

3 No final do processamento, é realizado um teste de viabilidade e a contagem celular do material a ser armazenado. Também são feitas provas microbiológicas no sangue do cordão e exames no sangue materno.

4 Depois de processadas, as células-tronco do sangue do cordão umbilical são congeladas em bolsas criogênicas e armazenadas em nitrogênio líquido a 196 graus negativos, em tanques vedados e controlados por um sistema robotizado e computadorizado.

Veja as doenças que podem ser curadas com o uso de células-tronco:

– Câncer

Leucemia linfóide aguda.

Leucemia mielóide aguda

Linfoma de Burkitt

Leucemia mielóide crônica

Leucemia mielomonocítica

Síndrome mielodisplásica

Neuroblastoma

Linfoma não-Hodgkin

Linfoma de Hodgkin

Leucemia mielóide crônica juvenil

Sarcoma de Ewing

Síndromes de falência da medula óssea

Anemia aplástica severa

Anemia de Blackfan-Diamond

Disqueratose congênita

Anemia de Fanconi

Trombocitopenia amegacariocítica

Síndrome de Kostmann

– Doenças do sangue

Anemia falciforme

B-talassemia (Anemia de Cooley)

Doenças do metabolismo

Adrenoleucodistrofia

Doença de Batten

Doença de Gunther

Síndrome de Hurler

Doença de Krabbe

Doença de Lesh-Nyhan

Síndrome de Maroteaux-Lamy

– Imunodeficiências

Imunodeficiência combinada severa

Síndrome de Omenn

Displasia reticular

Síndrome de Wiskott-Aldrich

Doença linfoproliferativa ligada ao X

Deficiência de adesão de leucócitos

– Outras doenças

Síndrome de Evans
Linfohistiocitose familiar

Osteoporose

– No futuro

Doenças neurológicas

Doenças cardiovasculares

Doenças metabólicas

Fonte: minhavida.com.br

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