Tipos de dor de barriga: identifique o problema de seu filho

dor de barriga em crianças
A dor de barriga é a causa campeã de queixas entre crianças pequenas nos consultórios pediátricos. Em 50% a 70% dos casos, não é sintoma de doença, mas uma forma de a criança expressar no corpo uma emoção que incomoda, como medo ou ansiedade. É aquela mesma dor que você sente quando vai enfrentar uma entrevista para arrumar emprego, tem de falar em público ou outra situação qualquer de estresse.

Dói de verdade, não é? Para distinguir a dor de causa física daquelas de fundo emocional, aí vão algumas dicas. Dependendo da situação, seu filho só precisará de beijos, carinhos e mimos. Mas em alguns casos é preciso conversar com o médico.

1 – Dor abdominal, constante, de intensidade variada
O motivo mais comum dessa dor de barriga é estresse psicológico. A criança se sente insegura e a dor representa um pedido de atenção. Quando não há causa orgânica, o melhor remédio costuma ser mais mãe. O segundo motivo é a dor abdominal ser o anúncio da vontade de fazer cocô e do medo de enfrentar o penico, porque a criança está com as fezes duras. Esse problema em geral está relacionado com mudanças na alimentação ou com dieta inadequada, com pouca fibra e verdura. O uso de alguns medicamentos também pode endurecer as fezes.

2 – Dor, vômito, febre e diarreia
A maior suspeita é de alguma infecção. A mais comum é provocada pelo rotavírus, que se propaga pelo ar e atinge principalmente crianças pequenas que frequentam berçário e escola. Mas há também infecção por bactérias ou parasitas, provocada pela ingestão de alimentos contaminados. O problema dura de 3 a 5 dias. O principal é manter a criança hidratada e suspender os alimentos que aumentam a diarreia. Se seu filho só mama no peito, amamente-o mais vezes.

3 – Dor, vômito, às vezes diarreia
Com dor de garganta ou gripe, a criança pode sentir dor de barriga. Os remédios anti-inflamatórios que toma podem aumentar a dor. Nesse caso, a criança também vomita. É preciso mantê-la hidratada. O médico poderá indicar mudanças na dieta, evitando alimentos ácidos.

4 – Dor, diarreia com pedaços de alimentos, mal-estar generalizado
Pode ser a síndrome do cólon irritável, mais frequente em crianças acima de 5 anos, provavelmente causada por alterações no movimento gastrointestinal.

5 – Dor forte, vômito frequente, esverdeado ou amarelado
Pode ser uma obstrução intestinal de origem congênita (defeitos na formação do intestino que, de repente, se acentuam) ou causada por um objeto que a criança engoliu. O tratamento é sempre cirúrgico. Não se deve dar nada para comer ou beber e correr para o pronto-socorro.

6 – Dor, gases, fezes ácidas, às vezes diarreia
Costuma ser intolerância à lactose do leite de vaca. A maioria das crianças supera o problema reduzindo o consumo de leite e seus derivados ou substituindo o leite de vaca pelo de soja. É mais frequente a partir dos 7 anos, mas também acontece com a criança pequena. Aí, em geral, a diarreia está presente. Assaduras podem ser constantes. Para evitá-las, mantenha seu filho seco e limpo e passe pomada antiassaduras.

7 – Dor, vômito, diarreia, não cresce nem ganha peso
Podem sinalizar uma alergia alimentar. Vômito e diarreia são sinais mais frequentes. É vital manter a criança hidratada. Em geral, o problema está relacionado à proteína do leite de vaca, que deve ser substituído na dieta da criança. É mais comum surgir em crianças menores de 2 anos.

8 – Dor aguda no lado direito do abdome, febre, náuseas e vômito
São os sinais de alerta para apendicite, que é uma infecção no apêndice – um tubo oco que fica na entrada do intestino grosso e pelo qual também circulam fezes. Começa quando esse tubo fica obstruído, em geral, pelo acúmulo de pedrinhas de fezes ressecadas –, criando situação propícia à formação de bactérias e pus. Quando acontece, é preciso operar imediatamente. A criança reclama de uma dor difusa próxima do umbigo ou na altura da boca do estômago. Em 4 a 6 horas, a dor passa para o lado direito da barriga e surge febre baixa. Nesse ponto a dor fica muito aguda e qualquer solavanco ou pressão na região a faz piorar. Podem surgir náuseas e vômitos. É uma ocorrência raríssima em crianças menores de 5 anos.

Fonte: Izaura Ramos Assumpção, gastroenterologista
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